Cartas a Timoteo

As cartas de Paulo a Timoteo 

 

Ao compararmos as duas epístolas a Timóteo, vemos claramente a diferença entre a ordem da casa de Deus, conforme foi estabelecida por intermédio do apóstolo, e o andar guiado pelo Espírito de Deus, numa época em que a desordem se introduziu e quando somente o Senhor conhece os que são Seus - um estado de coisas bem diferente daquele em que "acrescentava o Senhor, dia a dia, os que haviam de se salvar" (Leia o capítulo 2 de Atos).


Naquela época, a poderosa ação do Espírito de Deus manifestava aqueles que eram Seus filhos, e os colocava em seu lugar na igreja, mas nos tempos aos quais se refere à segunda epístola a Timóteo, quando "o Senhor conhece os que são Seus", pode haver alguns dos Seus ocultos nos sistemas criados pelos homens; sistemas estes que são todos em desacordo com a Sua vontade.

A responsabilidade recai, então, sobre o indivíduo: ele deve apartar-se da iniqüidade, limpar-se dos vasos que são para desonra, e associar-se com aqueles que invocam o nome do Senhor com coração puro. É aí que encontramos o nosso lugar, somente recordando da unidade do corpo, e buscando cumpri-la na prática. Temos o caráter de um remanescente nestes últimos dias, mas de um remanescente que busca trazer de volta os primeiros princípios sobre os quais a Igreja foi originalmente estabelecida; um caminho simples e feliz, mas que exige fé, e a ousadia que a fé obediente supre. Que Deus nos conceda, em Sua graça, andar nesse caminho com um passo, ainda que manso, firme e decidido.

Se olhamos para Ele, tudo se torna simples: vemos claramente o nosso caminho, e temos motivos que não deixam o coração tornar-se uma vítima da incerteza. O homem de vontade dividida é aquele que é instável em todos os seus caminhos. Quando olhamos para Deus, então o que é eterno se nos torna ainda mais real e próximo. É isto que dá forças e exclui todos os motivos e influências que possam nos desencaminhar. Quão felizes somos por estarmos sob a direção do Senhor, termos o coração cheio dEle, cujos pensamentos são eternos, e que é, Ele próprio, amor.

Texto de J. N. Darby

 

Letters of J.N.Darby, pg.479, em 1867