Politicamente Correto - Novo

Queremos aqui ajudar a definir o verdadeiro papel do cristão na sociedade e na política.

Não quero fazer especulações e sim advertir pelos textos sagrados a nossa vida diária como filhos de Deus.

Vamos abrir nossas biblias em Cl 1:9 e vejamos que somos chamados a  buscar sabedoria e inteligência espiritual e segue dizendo que devemos andardignamente e em toda boa obra.

Agora gostaria de convidar você a abrir sua bíblia juntamente comigo, no livro de Juízes capitulo oito.

Gideão, juiz de Israel durante muitos anos, encontrado em Hebreus 11.32,

citado na galeria da fé. Mas ainda assim cedeu às pressões da idolatria. Manchou o final de sua vida (muitos como ele começam bem, mas no fim colocam seu testemunho a perder) com uma escolha que veio a "ser um prejuízo a si e à sua casa” (Jz 8.27).

Embora Gideão tenha resistido à tentação de aceitar a criação de uma dinastia

real (8.22-23), a tal estola ou cobertor sacerdotal que fez para si representava a tentativa de usurpação de um poder maior ainda: o de ser o intermediário divino, o sacerdote.  Aqui vemos claramente o erro da doutrina dos nicolaitas que está em Apocalipse dois, e veremos isso claro em Abimeleque em nosso estudo, ainda que esse não seja o propósito de nosso estudo.

Seu erro se manifesta por meio de um de seus filhos, Abimeleque (filho da concubina). Logo após a morte de seu pai, Abimeleque assassina sessenta e nove dos seus irmãos (olha o que o desejo de poder faz), sobrevivendo apenas Jotão, que se escondera. O desejo de poder provocou essa dissidência e Abimeleque proclama a cidade de sua mãe, que é Siquém - como um estado independente, que domina sobre Israel durante três anos.

Jotão, compreendendo que a idolatria de seu pai (olha aqui um mal testemunho de pai, onde leva por vezes um filho) agora se manifestava na rebeldia de Abimeleque, proclama a verdade aos moradores de Siquém. Vejamos que lindo exemplo nos é Jotão, proclamemos às verdades sem hesitar.

O discurso de Jotão começa com uma advertência e isso imediatamente após o momento que Abimeleque é constituído rei pelo povo: "Ouvi-me, cidadãos de Siquém e Deus vos ouvirá a vós" (Jz: 9.7). Os homens de Siquém estavam prontos a seguir um de seus filhos notáveis - Abimeleque - mas não compreendiam o caráter profético da condenação que pairava sobre ele. Jotão tentava adverti-los a não seguirem Abimeleque, pois esse queria mesmo era dar continuação a dinastia real que seu pai rejeitará, caro irmão pense com esse exemplo se há lugar para filhos de Deus na política.

Lembremos das palavras de Gideão: "Não dominarei sobre vós, nem tão pouco meu filho dominará sobre vós; o Senhor vos dominará" (Jz: 8.23). Mas as suas palavras foram abafadas pelo seu gesto seguinte, assumindo um poder sacerdotal quando fez para si uma coberta ou estola (Jz 8:27), do qual não fora investido. Quando Abimeleque mata os seus irmãos e oferece-se como "dominador", se manifesta o gesto de Abimeleque: a sede de poder! Poder esse que ele viu no seu pai, ao fazer essa coberta.

Vemos no inicio do discurso de Jotão que toda dominação sobre o povo de Deus não pode ser derivada de palavra humana. Antes, qualquer decisão deve sair da Palavra de Deus para a igreja, que deve ser sal e luz para o mundo. Não devem os cristãos, individual ou coletivamente, ceder a argumentos, mas reconhecer a sua vocação em cada momento e lugar que viva.  A igreja que anuncia é a mesma que denuncia os pecados, pelo simples fato de ser luz, expõe as trevas.

O evangelho é perfume de vida, mas também perfume de morte. E Jotão começa a descrever tal forma de compromisso. É importante termos agora o texto do qual trataremos: Foram uma vez as árvores a ungir para si um rei, e disseram à oliveira: Reina tu sobre nós. Porém a oliveira lhes disse: Deixaria eu a minha gordura, que Deus e os homens em mim prezam, e iria pairar sobre as árvores? Então disseram as árvores à figueira: Vem tu, e reina sobre nós. Porém a figueira lhes disse: Deixaria eu a minha doçura, o meu bom fruto, e iria pairar sobre as árvores? Então disseram as árvores à videira: Vem tu, e reina sobre nós. Porém a videira lhes disse: Deixaria eu o meu mosto, que alegra a Deus e aos homens, e iria pairar sobre as árvores? Então todas as árvores disseram ao espinheiro: Vem tu, e reina sobre nós. E disse o espinheiro às árvores: Se, na verdade, me ungis por rei sobre vós, vinde, e confiai-vos debaixo da minha sombra; mas, se não, saia fogo do espinheiro que consuma os cedros do Líbano. - Juízes 9:8-15

Os homens de Siquém compreendiam o significado dos elementos da paisagem rural da época (devemos com isso também saber discernir os nossos dias) - motivo pelo qual Jotão faz uma comparação rural, usando arvores e plantações: os homens de Israel seriam as árvores e a Oliveira, ou a Figueira, ou a Videira, ou o Espinheiro seria um rei, vejamos aqui a representação de governante. As árvores teriam dito à Oliveira: "Reina sobre nós!". Mas, esta se esquivara, dizendo: "Deixaria eu a minha gordura (em outras traduções óleo), que Deus e o homem em mim prezam, e iria pairar sobre as árvores?" (Jz 9.9).

A Oliveira é a árvore da qual se extraía, o azeite. Ela tipifica a fonte da unção do povo de Deus. Era da Oliveira que vinha o caráter sagrado dos ritos, pois ela fornecia o óleo através do qual coisas, pessoas e animais eram consagrados. Veja aqui a representação do Espírito Santo em nós.

A recusa da Oliveira é a representação de uma posição típica do povo de Deus em todas as épocas: Nós, como igreja que somos como indivíduos, não devemos nos envolver em questões políticas, de escolher quem vai nos governar. “Não devemos comprometer o Espírito Santo que habita em nós”. A recusa da Oliveira é o posicionamento do cristão diante da política quando diz: "Isto nada tem que ver comigo, não me afeta - ou até mesmo pode me contaminar. O Espírito Santo habita em mim – como posso eu me colocar como divisor ou motivo de discórdia”. Muitos não irão concordar, mas vamos esperar e ver o perigo que vai ser explicado mais adiante por Jotão.

Uma curiosidade sobre a Figueira nos permite entender porque tal árvore foi utilizada por Jesus como exemplo do que o pecado provocava em Israel: ela produz o seu fruto antes das folhas, ao contrário das demais árvores. Ela simboliza, assim, a necessidade de uma espiritualidade verdadeira (os frutos), antes de uma religiosidade aparente (as folhas).

Se vocês rejeitam a Deus (desejando escolher um rei), escolham pessoas espirituais, aqui representadas pela Figueira. Mas, tal Figueira não se apresentou disponível, se justificando: "Deixaria eu a minha doçura, o meu bom fruto, e iria pairar sobre as árvores?" (Jz 9:10, 11).

A recusa da Figueira é, também, um sinal justo de precaução diante de outra verdade historicamente comprovada: muitos cristãos, envolvendo-se na política, perdem a sua "doçura”, seu caráter vai à bancarrota. Mas, é suficiente este argumento para então recusar uma chamada ao desafio de participar do ato de "pairar sobre as árvores", aqui uma representação de governar, ou seja, um cargo político. Vamos continuar estudando antes de fecharmos nossa conclusão.

A diversidade dos frutos expressa nas muitas expressões da língua para representar a videira - típico de cada região e clima - alude ao fato de que as videiras se espalharam sobre todo o Israel. Era, assim, a prosperidade, a alegria, a paz, a força de Israel. A Videira simboliza, deste modo, a bênção de Deus repartida sobre o Seu povo, o cumprimento das Suas promessas sobre a nação obediente. É a vitória dos valores divinos sobre os valores humanos.

Quando Jotão conta aos homens de Siquém que as árvores se contentariam apenas com a Videira ("bons cristãos", espalhados pelo reino, seja qual for o reino) para "pairar sobre as árvores", também lhes fala da recusa da Videira: "Deixaria eu o meu vinho (os meus valores, as minhas bênçãos, a minha prosperidade)...?” 

A recusa da Videira representa o argumento de que as bênçãos de Deus e a prosperidade dos cristãos não devem ser desperdiçadas em "negócios deste mundo". Este se mostra mais um argumento e precisamos levar tudo que temos visto em consideração. 

Quando chegamos diante do Espinheiro, percebemos que as três primeiras opções eram apenas alternativas de três diferentes grupos de preferências, mais do que uma hierarquia de escolhas. Isto é, algumas árvores procuraram a Oliveira; outras, a Figueira; e outras mais, a Videira. A ordem não especificaria uma distinção hierárquica entre unção, espiritualidade e valores. Ao contrário, as alternativas apresentadas aqui procuram mostrar a necessidade desses valores em todas as escolhas do cristão.

Mas, no caso do Espinheiro, a escolha foi unânime: “todas”, no texto vemos essa conotação aparecendo, ou seja, não são mais as árvores disseram ao Espinheiro e sim “todas” as árvores: "Vem tu, e reina sobre nós". Não é um grupo aceitando um domínio consentido da Oliveira, da Figueira ou da Videira sobre todas elas. Mais do que um consenso, o convite ao Espinheiro é uma permissão expressa: "Vem tu [Espinheiro], e reina sobre nós". Não há engano nessa escolha, pois a unanimidade dos participantes e a concordância de propósito atestam o caráter de uma decisão fruto de uma vontade coletiva. Jotão assim descreve como tal escolha parecia ter sido feita pelos habitantes de Siquém: "de verdade e com sinceridade" (JZ 9:16). Olha aqui a escolha de governantes. Sempre será um Espinheiro, seja cristão ou não.

Diferentemente das árvores anteriormente convidadas, que centralizaram nas suas qualidades num argumento de recusa, o Espinheiro realça a natureza do relacionamento que estaria por se tornar realidade. A Oliveira não quis comprometer o seu óleo, figura aqui do Espírito Santo. A Figueira declarou-se zelosa de não arriscar a sua doçura, figura aqui do seu caráter divino. Enfim, a Videira não arriscou desperdiçar sua alegria, figura aqui dos seus valores. Mas o Espinheiro, este foi ao ponto principal e disse: "Se vocês estão me escolhendo, saibam que eu vou assumir domínio sobre vocês!”“. Mesmo diante desta advertência, Abimeleque foi proclamado rei. Ou seja, quando alguém aceita participar da política, seus valores são semelhantes aos do Espinheiro e não das outras três árvores. Seja cristão ou não.

Uma análise simples, baseada nas palavras de Jotão, nos permite reconhecer que há sempre duas escolhas presentes na vida dos homens: o governo de Deus, que Gideão defendeu, mas ensinou outra coisa, como vimos em Jz 8:23 ou o governo dos homens. A alternativa de escolhermos entre a Oliveira, a Figueira ou a Videira não é uma oposição ao governo do Espinheiro? Antes, é o compromisso do cristão diante de qualquer tipo de "árvore que paire" sobre a sociedade. A sã doutrina, e o caráter do cristão são realidades que devem resistir até mesmo ao fogo do espinheiro.

O Espinheiro é sempre a alternativa do poder temporal, secular - quer seja político, social, econômico ou das armas. O Espinheiro sempre "cospe fogo" (9.15) para exercer seu domínio, e punir os que lhe resistem. Todo sistema humano de representação de poder é babilônico, demoníaco - por definição da natureza dos poderes deste mundo. Entretanto, a presença do cristão o torna "sal e luz" neste mundo. O cristão planta o poder de Deus, através das Oliveiras, Figueiras e Videiras, sempre expostas ao fogo do Espinheiro. Isto tudo sem ser político.

As nossas escolhas não mudarão a natureza do governo do Espinheiro - com o qual as alianças são impossíveis de se fazer. A cristianização de uma nação (uma cristandade sem Cristo, pelo domínio dos meios políticos e sociais) não produz a justiça de Deus. 

Não estamos aqui fazendo essa reflexão esgotar as possibilidades teóricas sobre os pontos a favor ou contra o envolvimento do cristão na política.O que queremos, é dizer: o mundo sempre cobra o testemunho dos cristãos através das suas escolhas.

Durante o holocausto nazista, o silêncio dos cristãos locais se fez rompido quando o pastor Bonhoeffer foi martirizado em um campo de concentração, às vésperas da capitulação do III Reich. Não quero aqui dizer que temos que nos envolver, mas sim que temos que defender a verdade, ainda que isso custe a nossa vida.

A sociedade consumista, permissiva e egoísta que nos envolve já invadiu a cristandade. De tempos em tempos, vemos que líderes são comprometidos pelas alianças indevidas; que a espiritualidade dos mesmos não é suficiente para evitar a corrupção. Sejam eles políticos, empresários e outros que se dizem cristãos. Os valores da vida cristã parecem não resistir à sedução de aceitarmos um confortável lugar de reconhecimento na sociedade. Honestidade, pureza sexual, fidelidade ao cônjuge, sã doutrina, enfim a separação do mal, uso das nossas riquezas em prol do evangelho, tudo isto tem deixado de ser o alvo das nossas escolhas. A conformação ao mundo remove a perseguição e a acusação de sermos legalistas, moralistas, radicais e na verdade a maioria de nós gosta muito disso: ser aceito na sociedade.

Mais poder, mais riqueza, mais fama, tem substituído a prioridade de caráter, espiritualidade e valores. 

Para o cristão, seja ele político ou não, a questão maior sempre será evitar o laço de rejeitar o governo pessoal de Deus sobre as suas próprias vidas. Os governos humanos e os poderes invisíveis são sempre passageiros - por mais que exerçam seus domínios por algum tempo. 

Em tempos de aparente paz, a nossa luz é denominada "testemunho". Em tempos de perseguição, nossa luz é conhecida como "martírio". Ambas têm o mesmo sentido original, no Novo Testamento. João, o batista, pagou com o preço da sua vida, quando sua pregação denunciou as trevas que haviam se abatido sobre o trono de Israel. Seu anúncio do Messias era, ao mesmo tempo, denúncia da impiedade e da pecaminosidade do rei Herodes, o tetrarca. O testemunho de João foi o seu martírio, para obedecer a Deus, resistiu ao poder do rei. E assim muitos outros pagaram com suas próprias vidas, para que o evangelho chegasse até nós.

Todas as autoridades estão debaixo do governo de Deus. Por isso podemos confiar que Deus, sempre tenderá o coração do homem na direção que Ele entenda à melhor, sendo assim, diante dos argumentos a favor ou contra, minha posição como cristão continua sendo, cumpro minhas responsabilidades, sirvo aos irmãos, oro pelo governo, mas não me sinto chamado para participar da política.

Ainda recordando que em Filipenses 3:20, somos conclamados a ser cidadãos do céu e não do mundo, sem falar em outros textos da Palavra.

Um grande abraço de seu irmão em Cristo Julio Marcos.

Psiu: Caso queira saber mais sobre esse assunto, existe um livro que vai te orientar, vá ao site: www.boasemente.com.br